Então tá, então!
Após a escola de samba de Nilópolis amargar o 7º (!!!!!) lugar e sequer desfilar entre as "campeãs", Laíla soltou sua fúria. Estava indignado com todas as "injustiças" cometidas contra sua escola de samba.
Na avenida o povo (que não é bobo) gritou o nome de Brizola quando a escola homenageava o todo-poderoso José Bonifácio estou-com-preguiça-de-procurar-o-resto-do-nome-no-google, conhecido como Boni. Brizola ressurgiu das cinzas, pela voz das arquibancadas, para assombrar a Globo e a Beija-Flor.
Brizola foi governador do Rio de Janeiro, antes lutou contra a primeira tentativa de golpe enquanto ocupava o cargo de governador do Rio Grande do Sul e, posteriormente, tentou resistir à ditadura mesmo em seu exílio no Uruguai.
A Globo tinha Brizola como um de seus grandes inimigos (O grande gaúcho devia se orgulhar muito desse título), tentou inviabilizar a eleição de Brizola para governador do Rio com o que se tornou conhecido como caso (ou escândalo?) Proconsult.
Inclusive, em 1984, a Globo ensaiou um boicote aos desfiles na Apoteose, mas naquela época a Manchete também transmitia e não abriu mão da transmissão. A Globo dizia que a estrutura iria cair e chegou a comparar Leonel Brizola a Odorico Paraguassu (personagem de "O Bem Amado").
O "Brizola" gritado nas arquibancadas foi uma reprovação ao que a Globo e Boni fizeram todos esses anos.
Daí, Laíla ficou nervoso. Acusou os jurados de serem Brizolistas (Olha o golpe comunistas de 2014 aí, gente!!),
Laíla, indignado, disse que "levaram para o lado da política" e que ele "não suporto política".
Agora quer decidir o que o povo tem que fazer?!? Opa, opa! Vou me acalmar...
Não gosta de política, Senhor Laíla? Me fale então da família que controla a Beija-Flor e suas relações com a política na cidade de Nilópolis!
Me fale então das relações entre a Escola de Samba, políticos da cidade e o jogo do bicho....
Na Beija-Flor, política e samba andam de mãos dadas. Dos seis prefeitos entre 1983 e 2009, apenas dois não eram ligados à família Abraão David (que perdeu na última eleição Municipal), então a repulsa à política na fala de Laíla é seletiva. Só quando desagrada.
No fundo, no fundo, o ataque de nervos do carnavalesco soa mais como choro de perdedor. Não tem um milímetro sequer de repulsa à política.
Um fato curioso: Ao gritar "Brizola", o povo presente incomodou mais do que em carnavais anteriores onde a escola de Nilópolis chegou a levar vaias.
Realmente, política é um saco. Só é legal quando está relacionada à família Abraão David.