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domingo, 9 de março de 2014

Brizola Irrita a Beija-Flor: Boni, Laíla e o Choro de Perdedor

O carnavalesco da Beija-Flor ficou nervoso. Segundo coluna do jornal "Extra" ele se intitula briguento.
Então tá, então!

Após a escola de samba de Nilópolis amargar o 7º (!!!!!) lugar e sequer desfilar entre as "campeãs", Laíla soltou sua fúria. Estava indignado com todas as "injustiças" cometidas contra sua escola de samba.

Na avenida o povo (que não é bobo) gritou o nome de Brizola quando a escola homenageava o todo-poderoso José Bonifácio estou-com-preguiça-de-procurar-o-resto-do-nome-no-google, conhecido como Boni. Brizola ressurgiu das cinzas, pela voz das arquibancadas, para assombrar a Globo e a Beija-Flor.

Brizola foi governador do Rio de Janeiro, antes lutou contra a primeira tentativa de golpe enquanto ocupava o cargo de governador do Rio Grande do Sul e, posteriormente, tentou resistir à ditadura mesmo em seu exílio no Uruguai.

A Globo tinha Brizola como um de seus grandes inimigos (O grande gaúcho devia se orgulhar muito desse título), tentou inviabilizar a eleição de Brizola para governador do Rio com o que se tornou conhecido como caso (ou escândalo?) Proconsult.

Inclusive, em 1984, a Globo ensaiou um boicote aos desfiles na Apoteose, mas naquela época a Manchete também transmitia e não abriu mão da transmissão. A Globo dizia que a estrutura iria cair e chegou a comparar Leonel Brizola a Odorico Paraguassu (personagem de "O Bem Amado").



O "Brizola" gritado nas arquibancadas foi uma reprovação ao que a Globo e Boni fizeram todos esses anos.

Daí, Laíla ficou nervoso. Acusou os jurados de serem Brizolistas (Olha o golpe comunistas de 2014 aí, gente!!), 

Laíla, indignado, disse que "levaram para o lado da política" e que ele "não suporto política".

Agora quer decidir o que o povo tem que fazer?!? Opa, opa! Vou me acalmar...

Não gosta de política, Senhor Laíla? Me fale então da família que controla a Beija-Flor e suas relações com a política na cidade de Nilópolis!

Me fale então das relações entre a Escola de Samba, políticos da cidade e o jogo do bicho....

Na Beija-Flor, política e samba andam de mãos dadas. Dos seis prefeitos entre 1983 e 2009, apenas dois não eram ligados à família Abraão David (que perdeu na última eleição Municipal), então a repulsa à política na fala de Laíla é seletiva. Só quando desagrada.

No fundo, no fundo, o ataque de nervos do carnavalesco soa mais como choro de perdedor. Não tem um milímetro sequer de repulsa à política.

Um fato curioso: Ao gritar "Brizola", o povo presente incomodou mais do que em carnavais anteriores onde a escola de Nilópolis chegou a levar vaias.

Realmente, política é um saco. Só é legal quando está relacionada à família Abraão David.

Carnaval: O Desejo do Coxinha e a Vontade do "Povo"

Para os moralistas que não sabem separar as coisas (quando convém) e acham que carnaval é alienação, o de 2014 foi um exemplo de que, quando incomodado, o povo se manifesta.
E mais importante: o povo não se manifesta quando o internauta coxinha (ou a Rachel Sheherazade) quer, mas quando se sente incomodado!
O internauta coxinha se indigna quando o "povo" (que ele só fala na terceira pessoa e não se inclui) não se manifesta contra a corrupção, mas se cala, desaparece, quando garis vão às ruas por salários dignos, quando professores apanham da PM, quando "Amarildos" somem.
Nesse carnaval, o "povo" vaiou a Globo, que esteve na avenida representada pelo todo poderoso Boni, tema da Beija-Flor. O povo hostilizou Boni e a Beija-Flor, e gritou o nome de Brizola - inimigo declarado das organizações e pessoal de Roberto Marinho.
Boni foi aquele que confessou ter "melhorado" a imagem de Collor no debate de 1989. A Globo? É aquela que apoiou o golpe de 1964 e a ditadura, e que se envolveu no caso Proconsult, para fraudar eleições do Rio de Janeiro em 1982 contra Brizola.
Além disso, o povo apoiou os garis, que cruzaram os braços durante o carnaval por melhorias no salário e que sofreram, durante a greve, fortes ataques da Globo, da Prefeitura, da Comlurb e até do sindicato da categoria. O povo aplaudiu os garis no desfile das campeãs, quando já haviam saído vitoriosos, conquistando aumento do salário e suspendendo a greve.
O povo se manifesta e pensa. Só que não faz segundo as vontades do cidadão "coxinha".