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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sininho, como Capilé, é mais uma tentativa de criminalizar as manifestações

A tática de detonação de Elisa Quadros, conhecida como Sininho, possui incrível semelhanças com outras tentativas de assassinato de reputação pela grande imprensa.

O primeiro caso, já em meio às manifestações, foi Pablo Capilé. Também com apoio de petistas, a figura à frente do coletivo "Fora do Eixo" foi atacado diuturnamente na internet e em matérias da mídia impressa após o sucesso da Mídia Ninja, que furou o bloqueio midiático e mostrou arbitrariedades da PM e do Choque quando a imprensa tentava jogar a população contra os manifestantes.

A principal denúncia contra Capilé? Grana destinada à artistas, planilhas de gastos e arrecadações, etc.

Naquela época, os ataques à Capilé começaram com um problema pessoal de uma cineasta insatisfeita com política adotada pelo Fora do Eixo. posteriormente, outros insatisfeitos se sentiram seguros e inspirados para também manifestarem suas insatisfações.

A imprensa e militantes governistas na rede trataram isso como algo que comprometesse as manifestações, que confirmasse a infiltração de "esquerdistas radicais" nas manifestações e/ou que pusesse em xeque a credibilidade do Mídia Ninja (Veja, Globo, Folha e afins estavam loucos para comer o fígado).

Agora, os ataques contra Sininho partem daquela frágil denúncia do "estagiário do advogado do suspeito, etc" associando Marcelo Freixo aos acusados de passar e acender o rojão que matou um jornalista da Band.

Foto da Mídia Independênte Coletiva

Quando a história não colava mais, vasculharam a vida da manifestante (que do dia para noite virou líder dos Black Bloc) e encontraram uma... planilha de doações com "nomes importantes, de políticos a juízes".

Tentaram dizer que a grana era para uma festa do black bloc (imaginem que festa estranha, todos dançando mascarados), esclarecida pelo portal GGN que mostrou que o dinheiro arrecadado era para ações sociais. Incluindo ajuda para os desalojados com as chuvas de fim de ano no Espírito Santo.

1 - A quem interessa esses ataques pessoais? Por que tentar jogar todos os manifestantes no mesmo balaio e criminalizar uma ativista ao associá-la com a morte do cinegrafista?

2 - Por que a imprensa tem dado tanta credibilidade a um advogado com um histórico de Jonas Tadeu? A relação com miliciano não comprometeria suas acusações contra Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das milícias?

3 - Por que, mais uma vez (como foi com Capilé), a linha de frente governista na internet se une à grande imprensa para criminalizar as manifestações e partir para a baixaria de ataques pessoais?

Dica 1: em editorial o jornal O Globo (aquele editorial que exaltou o golpe de 64 e exaltou o regime em 84) destacou a necessidade da aprovação de uma "lei antiterror" no Brasil e, no mesmo editorial, cita a relação "absurda" do governo com o legítimo movimento dos sem terra (MST).

Dica 2: A relação com milicianos é solenemente jogada pra debaixo do tapete pela mídia. Essa dica não é uma dica em si, mas uma dúvida do que poderia causar tanto silêncio na imprensa sobre este assunto.

Dica 3: Parece que a manutenção do poder se tornou mais importante para o partido dos trabalhadores (PT) do que suas raízes democráticas e de profunda relação com os movimentos sociais. Aí vale tudo, até pregar a "ordem" para que tenhamos "progressos".


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